quinta-feira, 7 de abril de 2011

PEÇA TEATRAL: MINHA CIDADE GAMELEIRA!

Há muitos e muitos anos, aqui, nessa terra de grandes feitos, moravam apenas índios. Nossa aldeia era povoada de Cariris e Uruás. Até que um dia chegou José Pedro da Silveira acompanhado de Nunes Machado e se estabeleceram no engenho Lages. Eles haviam fugido da Revolução Praieira (entre Praieiros e Guabirus), que estava em seu auge nas proximidades dali. (Narrador espera um pouco)
            Cenário – Nesse momento os índios estão fazendo seus trabalhos manuais, cultuando uma árvore e chegam os dois homens de outras tribos. O espanto é total, mas eles oferecem objetos para os índios e estes permitem que os homens se estabeleçam ali.
            Passaram-se os anos e muita coisa mudou. Aquela aldeia tornara-se um Engenho de Açúcar denominado Gameleira devido o grande número de árvores desse mesmo nome entre os Sítios Boa Vista e Cachoeira Grande.
            Cenário – Mostra os índios caminhando para trabalhar no Engenho, cortando cana.
            Terminada a Revolução Praieira, chegou um português de nome Oliveira Pelágio que construiu casas e uma mercearia, no local chamado Salto.
            Cenário – Nesse momento, mostra os índios comprando roupas e outros produtos.
            Pouco tempo depois, fora construída a estrada de ferro, o que aumentara o número de moradores na região.
            Cenário – Agora, já se pode notar grande movimentação de pessoas no lugarejo.
            Com isso, começaram a chegar Frades Capuchinhos pelas redondezas para catequizar os índios.
            Cenário – entra os frades com Bíblia para catequizar os índios. Estes se sentam no chão para ouvir os ensinamentos.
            Assim, em junho de 1867, foi assinada a lei providencial nº 763 que elevaram o povoado de Gameleira a categoria de Distrito. No mesmo ano ocorreu a inauguração da Igreja Nossa Senhora da Penha, tendo como primeiro padre, o reverendíssimo Pe. Augusto Franklin Moreira da Silva.
            Cenário – entra um padre no Distrito e os índios correm ao seu encontro em caminho para a igreja.
            Com território desmembrado do Sirinhaém, a Lei Estadual nº 153, de 10 de abril de 1896, concedeu a sede municipal predicativo de cidade. Foi o primeiro prefeito, o cel. Ernesto Gonçalves de Pereira Lima.
            Cenário – chega um senhor bem vestido com uma papelada nas mãos. E explica:
            Administrativamente, o município é formado por Gameleira (sede), e pelos distritos de Cuiambuca, José da Costa e Engenho Antas e também pelo povoamento de Cachoeira Lisa.
            Cenário – Todos ficam juntos e gritam: Gameleira – Minha Cidade!
           
SOUZA, Maria de Jesus F. de. Peça Teatral: Gamileira Minha Cidade!
Publicado em 07 de abril de 2011.

Um comentário:

  1. Boa noite!

    Primeiramente quero parabenizar a equipe pedagógica e administrativa da escola pela elaboração da peça “Minha Cidade Gameleira”; uma iniciativa singular e de grande valia para o aprendizado da história deste município.
    Cumpre-me informar que a mais de uma década tenho me dedicado com afinco a pesquisar sobre a história de Gameleira e infelizmente identifiquei muitos erros historiográficos em trabalhos de graduação, pós-graduação, artigos disponíveis na internet, em sites governamentais e não governamentais.
    Na qualidade de professor de história, ciente que os erros contidos na peça foram cometidos de maneira despretensiosa, vi-me na obrigação de efetuar algumas correções:
    1° “Nossa aldeia era povoada de Cariris e Uruás”. Em pesquisa recente sobre os indígenas de Gameleira, entrei em contato com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e a instituição deu-me a seguinte devolutiva: “Não é de nosso conhecimento a existência, em algum tempo, de etnia denominada Uruá ou Uruás. Não foi encontrado no Sistema Indigenista de Informação da FUNAI registro de comunidade ou etnia indígena com essa denominação. Não encontramos também na biblioteca da FUNAI livros sobre a referida etnia e no acervo online do Museu do Índio, unidade da FUNAI localizada no Rio de Janeiro, não há qualquer registro de documentos, livros ou obras relativas a uma etnia com o referido nome”.
    2° “Até que um dia chegou José Pedro da Silveira acompanhado de Nunes Machado e se estabeleceram no engenho Lages. Eles haviam fugido da Revolução Praieira (entre Praieiros e Guabirus)”. Nunes Machado e José Pedro Veloso da Silveira não estavam fugindo da Insurreição Praieira e nem se estabeleceram em Lages. Na verdade, José Pedro Veloso da Silveira era proprietário daquele engenho e na época da insurreição foi o líder da “Conflagração de Lages” e inimigo e Nunes Machado. Veloso da Silveira acampou na Colina Francisco Pinto com a sedição e dali demandava as proximidades de Água Preta, onde estava ocorrendo sangrentos combates entre praieiros e guabirus.
    Saliento que as correções efetuadas não visam depreciar o trabalho da equipe escolar, pois estamos cientes da competência e seriedade da mesma; objetivamos apenas contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e engrandecer a história de nosso município.

    Prof. Lucio Mauro Lira de Lima

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